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Do mercado aos consoles: Heineken 0.0, KitKat, Pringles e Dolce Gusto usam os games para ampliar presença de marca.


O mercado de games há muito deixou de ser um nicho juvenil. Ele se consolidou como uma das indústrias mais lucrativas, culturalmente influentes e digitalmente sofisticadas do planeta.


Em 2025, a expectativa é que o setor ultrapasse a marca de US$ 211 bilhões em receita global, impulsionado por um público que vai muito além de adolescentes em quartos escuros. Hoje, gamers são médicos, mães, executivos, estudantes, empresários, influenciadores e empreendedores. E as marcas estão aprendendo a jogar.


Além de ações pontuais, estamos vendo um movimento estratégico de longo prazo, onde empresas de setores tradicionais estão se apropriando da cultura gamer não apenas para ganhar relevância com o público jovem, mas para reposicionar suas marcas, criar experiências de valor e expandir sua presença em mercados digitais.


De cultura de nicho a mainstream cultural


Historicamente, o universo dos games era visto como uma subcultura. Hoje, ele é a cultura dominante entre as gerações mais conectadas do planeta. Segundo o relatório da Newzoo (2024), mais de 3,3 bilhões de pessoas jogam algum tipo de game no mundo. E mais: 72% dos gamers consomem conteúdos relacionados a jogos mesmo quando não estão jogando, incluindo streams, fóruns, eventos e conteúdos de criadores.


A Geração Z e os Millennials veem os games como uma forma de identidade, expressão e pertencimento. Plataformas como Fortnite, Roblox , 4UPlayer e Twitch se tornaram novos espaços sociais, onde o engajamento vai além do entretenimento: é uma construção de comunidade, linguagem e valores.


Marcas aprendem a jogar (e a ouvir)


Empresas que entenderam essa lógica estão se inserindo no ecossistema gamer não como intrusas, mas como participantes legítimas. E isso exige mais do que investimento: exige entendimento cultural, criatividade e autenticidade. Que abre espaço também para estúdios de jogos investirem em serviços de marketing imersivo, trazendo toda sua expertise no desenvolvimento e criação de jogos, como a Little Devil Company , empresa que já cocriou campanhas com Gucci , The Coca-Cola Company , Nissa , entre outros.


Casos que estão moldando o novo marketing:


Nike não apenas criou skins e experiências interativas no Roblox; ela também lançou a Nikeland, um hub virtual de relacionamento com jovens consumidores. Mais do que marketing, a marca está testando a lógica do metacomércio.


Santander firmou-se como patrocinador do cenário universitário de eSports. O movimento é parte de uma estratégia mais ampla de rejuvenescimento de marca e conquista de relevância entre universitários e jovens profissionais.


Guaraná Antarctica, com sua campanha no Fortnite, apostou na co-criação com influenciadores e na construção de um mapa brasileiro dentro do game. A ação gerou alta visibilidade orgânica, identificação cultural e engajamento em comunidades digitais.


Doritos, com ativações contínuas no cenário gamer e LGBTQIAP+, explora interseções identitárias e culturais para construir marca com profundidade — unindo posicionamento de causa e lifestyle gamer.


Não é sobre publicidade, é sobre ecossistema


Essa nova lógica exige que as marcas atuem de forma integrada, como parte de um ecossistema, e não apenas como anunciantes. Isso significa investir em:


Criação de experiências dentro dos jogos (gameplay nativa, mecânicas personalizadas, missões, recompensas);


Apoio a criadores de conteúdo e streamers, com autenticidade e liberdade criativa;


Ações que conectam o físico e o digital, como produtos licenciados, brindes virtuais e ativações em eventos;


Gamificação de jornadas de marca, levando as narrativas de consumo para além do tradicional.


O que as marcas estão realmente comprando?


Ao entrar nesse universo, marcas não estão apenas comprando mídia. Estão comprando:


Atenção qualificada: o tempo médio gasto em jogos é maior do que em redes sociais.


Engajamento emocional: jogadores desenvolvem vínculos com personagens, universos e comunidades.


Influência comportamental: o gamer é um multiplicador cultural, ele dita tendências, hábitos e linguagens.


A virada de chave estratégica


Entrar no mundo dos games não é sobre criar uma campanha divertida. É sobre reconfigurar o papel da marca na cultura digital.


Marcas que se anteciparem a essa lógica poderão construir relevância duradoura junto a uma nova geração de consumidores — mais fluida, mais conectada, mais crítica e mais difícil de capturar por meios tradicionais.


O jogo já começou. Sua marca vai jogar ou assistir?


Ignorar o universo gamer hoje é como ignorar as redes sociais em 2010, uma aposta arriscada no curto prazo e um erro estratégico no longo.


Para marcas que buscam inovação, engajamento real e posicionamento cultural, o game não é apenas um canal. É o campo onde as próximas grandes histórias de marca serão contadas.


E se não souber por onde começar essa jornada, me chama para uma conversar


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